Mais do que artista, um símbolo de representatividade

Por Gabrielle Machado

No dia 22 de julho de 1995, na cidade de Cristianópolis, nascia Marília Dias Mendonça, mulher, mãe, filha. Marília ficou famosa por sua espontaneidade, alegria, sua voz. E mais além, suas letras tão reais atingiram um público que até então estava oculto no meio sertanejo: as mulheres. Mas afinal, por que a “rainha da sofrência” foi tão importante para a representatividade?

Com a pandemia da Covid-19, coisas que antes faziam parte do dia a dia passaram a ser motivo de desejo e nostalgia, como os eventos. No dia 8 de abril de 2020, Marília fez sua primeira live no Youtube, como forma de alegrar seus fãs em um período tão difícil. Mas o que ninguém esperava, na parte inferior direita da tela, uma intérprete de libras. 

Gessilma Dias trabalha há 22 anos na área de libras educacional e, pouco tempo após o acidente aéreo que levou ao falecimento da cantora, deu uma entrevista ao Fantástico contando um pouco da correria que foi interpretar 3 horas e meia de live tendo somente um dia para estudar o repertório. Para muitos, a língua de sinais é simplesmente ouvir e sinalizar as palavras, mas na verdade a Libras tem diversas variações linguísticas, com gestos, movimentos, expressões faciais, tudo sendo interpretado junto para assim transmitir ao locutor fielmente o sentimento que aquela canção, aquele discurso, quer passar.

A live da cantora bateu o recorde de views, com mais de 3, 3 milhões de visualizações instantâneas, superando artistas como BTS e Beyoncé.  Marília Mendonça sabia de sua influência e importância no meio musical, e por mais dela já ser um fenômeno, depois dessa live inclusiva sua visibilidade dobrou e a comunidade surda será eternamente grata à Marília por ter trago voz àqueles que não eram ouvidos. 

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